quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Quero, preciso e desejo!

"Dizem que a gente tem o que precisa.
Não o que a gente quer.
Tudo bem. Eu não preciso de muito.
Eu não quero muito.
Eu quero mais.
Mais paz. Mais saúde. Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia.
Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro.
Mais eu. Mais você.

Mais sorrisos e beijos."

"Eu sou capaz de me dizer, com amorosa humildade, que grande parte das vezes eu não sei o que é melhor pra mim.
Eu não sei, mas Deus sabe.
Eu não sei, mas minha alma sabe.
Então, faço o que me cabe e entrego, mesmo quando, por força do hábito, eu ainda dê uma piscadinha pra Deus e lhe diga: Tomara que as nossas vontades coincidam e se não coincidirem que a sua prevaleça sempre."

“Te desejo uma fé enorme.
Em qualquer coisa, não importa o quê.
Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias.
Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.
Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.
As coisas vão dar certo.
Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa.
Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma.
Certo, muitas ilusões dançaram.
Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas.”
(Coletânea Caio Fernando Abreu)